Deus fez o homem menos, para que ele se fizesse mais
Deus não nos fez prontos.
Fez-nos inacabados — de propósito.
Enquanto as máquinas são criadas para executar funções com precisão, o ser humano foi criado para imaginar, falhar, tentar de novo… e crescer. A máquina nasce completa. O homem nasce possível.
Não recebemos asas. Mas aprendemos a voar.
E não foi pouco. Cruzamos os céus, ultrapassamos as nuvens, rompemos a atmosfera. Fomos à Lua, enviamos robôs a Marte e sondas ao infinito. Voamos para onde nenhum pássaro jamais chegará.
Porque, enquanto os pássaros voam por instinto, nós voamos por inquietação.
A falta de asas nunca foi uma limitação — foi um convite à engenhosidade. Um desafio silencioso: “Transforme o que te falta em algo que te impulsione.”
Ser menos não é ser falho. É ser inacabado com propósito.
Fomos feitos com lacunas, dúvidas e limitações — não por descuido, mas para que tivéssemos espaço de sobra para evoluir.
O ser humano é como uma lousa parcialmente escrita.
Deus traçou os contornos, mas deixou o centro em branco para que cada um escrevesse sua própria história.
E nessa lousa, escrevemos com erros, acertos, rasuras e recomeços.
A inovação nasce da ausência.
A roda surgiu porque nos faltava velocidade.
A linguagem, porque nos faltava entendimento.
O fogo, porque nos faltava calor.
A internet, porque nos faltava conexão.
Não criamos por vaidade. Criamos porque precisamos preencher o vazio.
Criamos porque fomos programados para buscar sentido — mesmo no caos.
Liberdade não vem com manual. Vem com responsabilidade.
E isso assusta. Mas também empodera.
Ser menos completo nos obriga a sermos eternos aprendizes.
Nos força a crescer por dentro, antes de conquistar por fora.
A grandeza humana não está no que recebemos ao nascer.
Está no que decidimos construir com o que nos faltava.
Somos os únicos seres que têm o poder de se reinventar.
E esse é o maior milagre da criação.
Deus nos fez menos.
Para que, todos os dias, escolhêssemos ser mais.
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